Agague (Números 24:7) Hamã, o Agagita (Ester 3:1) Gogue, da terra de Magogue (Ezequiel 38:2)
Agague ou Gag em hebraico é telhado.
Por exemplo nas escrituras:
“Fico acordado; Tornei-me como um pássaro no telhado (Gague)” (Salmos 102:7).
Agague era rei de Amaleque. Este último, ao longo da Bíblia, serve como síntese da desconexão entre o Céu e a Terra (Gênesis 1:1). Portanto, os israelitas são explicitamente ordenados, em termos não ambíguos:
“Lembre-se do que Amaleque lhe fez no caminho, quando você saiu do Egito… você apagará a memória de Amaleque de debaixo do céu; não esquecerás” (Deuteronômio 25:17,19).
A Bíblia nos conta sobre o rei Saul e o que ele fez a Agague, rei de Amaleque:
“Ele prendeu vivo Agague, rei de Amaleque, e destruiu totalmente todo o povo à espada” (1 Samuel 15:8).
Hamã, uma figura central no Livro de Ester, foi a primeira figura histórica a conceber e depois tentar implementar uma “Solução Final” para o povo judeu (durante o reinado do Império Persa, conforme exposto em detalhes no Livro de Ester). Hamã era descendente de Agague, ou seja, da semente de Amaleque:
“Ester implorou novamente ao rei, caindo a seus pés e chorando. Ela implorou-lhe que acabasse com o plano maligno de Hamã, o agagita, que ele planejou contra os judeus” (Ester 8:3).
Gogue, da terra de Magogue são nomes bem conhecidos, centrais na profecia de Ezequiel sobre a guerra final do Fim dos Tempos:
“Filho do homem, vire o rosto contra Gogue, da terra de Magogue, príncipe maior de Meseque e Tubal, e profetize contra ele” (Ezequiel 38:2).
O que une todos esses nomes, Aguague e Gogue (Agag e Gog)?
Resposta: A dupla aparição de uma única letra do alfabeto hebraico, a terceira letra, Gimel correspondente ao g do português. No hebraico bíblico, assim como no hebraico moderno, uma dupla aparição de Gimel forma a palavra hebraica Gag (escrita com dois Gimels, גג). Esta combinação tem um único significado – “Telhado”.
O telhado é a parte da casa que protege seus moradores dos danos que podem cair do céu. Em termos bíblicos, o telhado atinge um significado muito mais amplo, na verdade um significado simbólico gigantesco:
Assim como o telhado de uma casa desconecta a terra do céu, o “Telhado” bíblico (Gag) simboliza a desconexão entre “O Céu” e “A Terra”, conforme aludido no primeiro versículo do Gênesis:
“No princípio Elohim criou os céus e a terra” (Gênesis 1:1).
A alusão bíblica mais concreta a esta interpretação é dada pela ordem, dada aos israelitas, de construírem barracas (Sukot) durante a Festa dos Tabernáculos:
“Vocês habitarão em barracas por sete dias; Todos os israelitas nativos viverão em barracas, para que seus descendentes saibam que eu fiz os israelitas morarrem em barracas quando os tirei do Egito. Eu sou o Senhor teu Deus” (Levítico 23:42).
Não há cobertura sólida de proteção para as barracas onde se celebra a Festa dos Tabernáculos. Tradicionalmente, o telhado deve ser feito de elementos naturais que cresceram a partir do solo. A maioria das pessoas usa folhas de palmeira ou bambu com vigas de madeira como suporte. O telhado também deve ser espesso o suficiente para fornecer sombra significativa, mas fino o suficiente para permitir que as estrelas brilhem.
Por que a Sucá não tem um telhado sólido? O que isso significa?
A resposta é simples: a falta de um telhado sólido significa fé completa na Providência Divina, na proteção Divina contra danos que possam nos sobrevir. Por outro lado, confiar no simbólico “teto físico” como proteção, talvez como única proteção, significa uma vida terrena, nas coisas desse mundo, na confiança da força do seu braço. A essência de Babel do homem construindo algo por si, para sua própria história. Deus não existe.
O telhado de uma casa gera uma desconexão do céu. Simbolicamente, sentar-se na tenda durante a Festa dos Tabernáculos, enquanto se remove o telhado, significa fé na proteção Divina que protegeria contra qualquer dano (do céu ou de outra forma). E, de modo mais geral, fé total na conexão entre “o céu” e “a terra”.
Amaleque incorpora o oposto: não existe céu, nem sistema de justiça divina, nem Deus. Existe apenas “a terra” (a realidade física observável, regida pela lei da natureza). Tudo se resume a esse vida, por isso aproveite ela ao máximo e satisfaça suas necessidades pessoais. Não existe Providência Divina.
Agague, Hamã, o Agagita, Gog, da terra Magogue - todos representam a filosofia de vida amalequita: “Não há Deus, não há céu, tudo é coincidência”. O conceito bíblico de “Telhado” simboliza a confiança exclusiva em nossa própria capacidade (e capacidade) de compreender a natureza, governar a natureza e construir o “Telhado” necessário que nos protegeria, uma filosofia central para a atual civilização ocidental, a filosofia de vida amalequita.
Porém, não podemos esquecer, que existe uma figura, um personagem agindo e manipulando para conduzir o homem a essa situação. Com um objetivo similar de trazer a completa desolação de um povo eleito como nação por Deus, Israel.
Surpreendente e inesperadamente, todos esses nomes incluem o hebraico “Gag” (Telhado).
E como terminará a futura guerra de Gogue contra Israel de Ezequiel 38?
Citação do profeta Zacarias:
“E acontecerá que todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão, todos os anos, para se curvarem diante do Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrarem a Festa de Tabernáculos” (Zacarias 14:16).
Mas a profecia de Balaão se cumpre em Davi ou em Jesus? Na profecia de Balaão sobre Judá, ele diz o seguinte:
Dos seus baldes correrá água, e a sua semente estará em muitas águas; o seu rei será mais elevado do que Agague, e o seu reino será exaltado (Números 24:7)
Muitos intérpretes entendem Davi como o cumprimento desta profecia, considerando que ele fez o que Saul não fez: derrotou Agague (1 Sm 15:8-9). Entretanto, o Leão da tribo de Judá, Jesus certamente cumpre a totalidade da profecia (exatamente como é debatida: cumprimento direto, cumprimento duplo, tipologia, etc.), mas e se esta for exclusivamente uma profecia de Jesus, e não de Davi?
No livro A Esperança Messiânica, Rydelnik observa que há uma leitura variante deste versículo em outros manuscritos (Septuaginta, Escritos do Mar Morto e outros) que diz “Gog” no lugar de “Agag”. Como Rydelnik resume, “de acordo com esta leitura, Balaão prevê um rei de Jacó que seria exaltado sobre Gogue, o inimigo de Israel no tempo do fim (Ezequiel 38:3)”. Se assim for, Balaão não estaria prevendo Davi, mas sim Jesus!
Alguns detalhes que suportam ser Jesus em Números 24:
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Balaão está falando dos “últimos dias” (Nm 24:14).
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Em Números 24:7 o futuro rei é exaltado “usando uma terminologia mais gloriosa do que a que seria usada por Davi ou um de seus descendentes não messiânicos”.
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Gogue, em Ezequiel 38:17, é “conhecido pelas Escrituras anteriores… uma referência óbvia à leitura variante em Números 24:7” ou seja o profeta Ezequiel está citando um personagem já revelado em profecias anteriores.
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Textos mais antigos que o Massorético, como a Septuaginta e os Textos do Mar Morto trazem à alternativa Gogue trazendo um aspecto mais messiânico.
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Em Números 24:17 a profecia de Balaão fala sobre um cetro que subirá de Israel é comumente associada ao Messias. (Hebreus 1:8, Salmos 45:6-7)
Sim, Ezequiel 38:17 implica que Gogue é mencionado em outras partes das Escrituras, mas isso pode não ser uma referência à leitura direta em Números 24:7, mas tambem a outras profecias que não citam um nome mas trazem a mesma ação a tentativa de destruicao do povo de Israel, por exemplo Jeremias 6:22-28 e Daniel 11:36-45.
Talvez podemos voltar ainda mais no texto biblico e olhar a grande profecia biblica que é o principio e fim, sendo Jesus o descendente prometido que destruirá Satanás e sua semente, o Anticristo.
Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e a descendência dela. Este lhe ferirá a cabeça e você lhe ferirá o calcanhar. (Genesis 3:15)
Assim, podemos ter a mesma figura nas duas profecias, de Números 24:7 e Ezequiel 38:2, aquele que no final dos tempos se levantaria contra Israel, o Anticristo, aquele que também foi profetizado por Daniel, citado nas cartas de Paulo e João (foi apostolo que pela primeira vez o chamou de Anticristo). Talvez essa geração ou a próxima poderá ver se essa interpretação está correta.