Apocalipse 13 - Besta que Surge do Mar: O Anticristo

O mar é a representação das nações da terra e seus impérios que afligiram Israel, porque logo em sua visão Joao traz os mesmos símbolos de Daniel: Leopardo, Urso e Leão (ver estudo de Daniel 7). Possivelmente, Daniel e Joao estão tendo visões semelhantes de impérios sendo levantados para oprimir Israel. Vários outros impérios gentios existiram na terra, mas a bíblia não se preocupou em revelar pois não afetaram Israel.

“eu olhava, e eis os quatro ventos do céu agitavam o grande mar. Quatro animais grandes e diferentes subiam do mar”. Daniel 7:2

O fato de a besta sair do mar, ou mar agitado como diz em Daniel, traz o contexto de mudança de domínio na terra e surgimento de um novo império. Daniel no capítulo 7 e Ap. 17:11 também fala do aparecimento do último império gentio na terra antes da manifestação de Jesus e estabelecimento do Reino Messiânico.

Os símbolos aqui descritos são os mesmos do capítulo 12. João da uma continuidade sobre as cabeças serem nações, os chifres o poder que está associado a eles e as sete cabeças os impérios levantados na terra ao longa de toda história que dominaram Israel. Apesar de trazer impérios, aqui a descrição da besta, o Anticristo, é um homem a quem Satanás dará a sua autoridade.

Em Daniel 11, a visão mostrou o surgimento do Anticristo desde o início do seu aparecimento (7 anos), sem muito poder, levantado sem ser uma autoridade real (presidente ou líder de uma nação), manipulador e através das guerras vai assumindo domínio e conquistando poder através de engano. No caso de João, ele está vendo um Anticristo já com muito poder, porque recebe a autoridade do próprio Satanás que foi lançado para a terra ou seja essa visão é dos últimos 3,5 anos do seu ministério.

Daniel trouxe o entendimento de Satanás com domínio nos ares agindo sobre impérios levantados na terra para oprimir Israel. João tem a visão de Satanás atirado para terra e o surgimento do último império humano que terá a característica da agilidade de conquistas militares da Grécia de Alexandre, poder de destruição de vidas da Pérsia e a autoridade ditatorial da Babilônia tudo reunido em um, o Anticristo. A terra nunca viu ainda um poder maligno manifesto nessa forma.

Esse entendimento é muito importante na interpretação profética do fim dos tempos. A bíblia não descreve o Anticristo como um grande líder ou presidente de uma nação poderosa em seu início. Não descreve ele como uma liderança religiosa como alguns querem associar ao papa ou outra figura dominante de uma religião. Porém, descreve como um líder militar que causará devastações militares no Oriente Médio e ganhando projeção com suas vitórias. Finalmente assumindo a liderança de 10 nações que darão domínio militar.

Entretanto, o mundo começará a se maravilhar do seu poder quando ele morre ou simula sua morte e volta a vida (Ap. 13:3 e Ap. 13:12). A palavra grega usada aqui é a mesma utilizada em Ap. 5:6 “um Cordeiro que tinha sido morto”. Esse acontecimento será tão grande que a toda a terra se maravilha. Lembremos que no 4 selo a morte é liberada sobre a terra e 25% da população mundial será morta por guerras, pestes e fome. Assim o Anticristo, se torna uma resposta para o desespero coletivo da população que não foi selada por Cristo.

Esse é o entendimento de João na visão sobre o Anticristo. Nesse momento ele já conseguiu várias vitorias militares indiscutíveis, sinais e prodígios sendo manifestos na terra e demonstrou ter poder sobre a morte, o mundo se maravilha quem pode resistir o poder do Anticristo? Muitos se alinharão em lealdade e submissão ao seu domínio, inclusive muitos que hoje professam a fé crista, a apostasia que Paulo diz em 2 Tes 2:3.

A pergunta retórica de Joao traz a descrição comum do Antigo Testamento: quem pode lutar contra ele? Não há exército físico e poder no mundo que podem vencê-lo. Assim como Israel no passado se maravilhou com o poder das outras nações esquecendo o verdadeiro Deus, boa parte do mundo se dobrará a seu engano (Ver história do rei Acaz que copiou o altar do deus da Assíria 2 Reis 16). Mais a frente, João descreve que o Cordeiro vencerá o poder da besta e seus exércitos (Ap. 14:1, 17:14 e 19:11).

João tem a mesma revelação que vemos em Paulo em 2 Tes. 2:4 e Dan 11:36 que o Anticristo se levantará para desacreditar a crença de Deus no céu e na esperança espiritual eterna. O conceito de viver o hoje, o agora, em detrimento de uma promessa eterna será um teste aos corações. Hebreus 12:16 relata a troca de Esaú de algo eterno por um desejo momentâneo. Cristãos serão testados em sua verdadeira fé quando não tiverem mais suprimento financeiros, perderem seus entes queridos e sua única expectativa é a espera pela manifestação da promessa de Cristo. Essa é a verdadeira perseverança dos salvos.

O versículo 7 ao 10 deixa claro que a igreja estará na terra nesse momento sendo perseguida pela Anticristo que recebeu autoridade para isso de Deus por um período de 3,5 anos. Ele usa as mesmas palavras de Jesus as 7 igrejas: SE ALGUÉM TEM OUVIDOS, OUÇA. João está citando Jeremias 15:2 e 43:11 que também está alinhado com Daniel 11:33-35. Importante entender que Cristo já nos redimiu e nos deu a salvação com sua obra na cruz. Entretanto, a igreja primitiva também passou por grandes perseguições e martírios, bem como passam nesse momento as igrejas perseguidas do Oriente Médio e vários países da Asia, assim também será para a igreja dos últimos dias. Prepare-se.

A Besta que Surge da Terra: O Falso Profeta

A maioria dos estudiosos entendem a segunda besta vinda da terra demonstra uma força menor que a primeira ou ainda, trabalha para exaltar o Anticristo. Como o texto diz que exerce sua autoridade quando está em sua presença. Também é comum entendimento de ser um homem (ser humano). Diferente da primeira besta que surge através de sua força de liderança militar, a besta vinda da terra tem o ofício religioso e espiritual. Aquele que conduzirá o povo a cultuar o Anticristo. Essa figura de cordeiro e dragão seja a representação do Falso Profeta, alguém que age com boas palavras mas são de engano e destruição. Jesus antecipou isso em seu discurso do Monte das Oliveiras em Mat. 24:24 falso profeta que faria grandes sinais e prodígios, bem como a mesma profecia de Deut. 13:1 anunciava a vinda de um profeta que seduziria com suas palavras, mas seriam palavras de morte. João vê dois chifres nessa besta, que como já explicado antes, tem o símbolo de poder e autoridade. Assim, intérpretes entendem ser uma pessoa com duplo ofício: religioso e político para arregimentar seguidores ao Anticristo. Outra possibilidade serem duas religiões diferentes que se unem para dar autoridade a primeira besta.

O falso profeta será o agente eficaz do Anticristo na direção de seduzir a população e levar os habitantes da Terra a adorar a primeira besta. Isto será uma falsificação satânica como do ministério do Espírito Santo de levar as pessoas a adorarem a Cristo, mas aqui adorarem o Anticristo que tenta personificar o papel de Jesus como aquele que ressurgiu da morte, seja isso real ou um engano.

Importante discutir um ponto, segundo estudos que fizemos do livro de Daniel, há uma grande possibilidade de o Anticristo vir de uma região ou origem mais radical islâmica. Assim, o falso profeta poderia ser uma importante figura levantada do sistema religioso muçulmano que validaria a autoridade da primeira besta. A escatologia islâmica, na verdade espera o aparecimento exatamente de duas figuras como essas: Mahdi (o grande líder) e Isa (quem dará suporte a Mahdi).

A questão dos sinais, prodígios e milagres foram amplamente antecipados por Jesus e Paulo (Mat. 24:24 e 2 Tes. 2:9-10) de serem instrumentos de sedução e engano para corações que procuram soluções terrenas para suas vidas. Muitos serão enganados pois buscam apenas a preservação de suas vidas terrenas. A combinação da “ressureição” do Anticristo e os prodígios manifestos pelo falso profeta serão uma grande operação do erro, para que eles creiam nessa mentira (2 Tes. 2:11).

A Marca da Besta:

Fazemos um destaque desse ponto, pois é um dos mais controversos de Apocalipse recheando o Youtube com teorias de conspirações. Apesar de, sim entendermos que essa marca seja algo relevante e possivelmente visível que identificará as pessoas, porém deverá ser algo voluntário que traz orgulho de se seguir. Algo como hoje alguém se identifica com uma marca de roupa, paga mais por isso e tem orgulho de mostrar a todos. Por isso, de forma alguma cremos que alguém poderá receber essa marca por engano (chip através de uma vacina) ou forçado por imposição física.

Vejamos o que a bíblia nos ajuda a revelar sobre isso. Por uma coincidência ou inspiração divina tanto Êxodo 13:16 quanto Apocalipse 13:16 falam do mesmo assunto – o sinal está na mão e na testa. Este paralelo numérico parece proposital. A mensagem de Êxodo está relacionada a uma escolha consciente e voluntária (marca na testa) pela lei de Deus e que determina uma conduta de atitude diante do povo ou sociedade (marca na mão direita). Na antiguidade a mão direita era usada para juramentos e confirmar alianças. Isso foi interpretado por Paulo no Novo Testamento, aos Colossenses 3:1-2

Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra

e depois de Paulo dizer de termos a em nossa “testa a marca” ele explora que isso causa um resultado na nossa conduta de vida diante das pessoas, versículos

Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; 6 por estas coisas é que vem a ira de Deus [sobre os filhos da desobediência]. 7 Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas. 8 Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar. 9 Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos 10 e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou

Portanto, o povo de Israel deveria reconhecer mentalmente o Senhor pensando em Sua lei e na obra de Suas mãos em tudo que fizessem. Em contraste com isso, a marca da besta na mão direita ou na testa significa um reconhecimento da obra e do senhorio a filosofia de vida que o Anticristo implementará na terra, que é seguido pela sua obediência a ele, bem como recompensará seus seguidores com prazeres terrenos.

Durante o domínio nazista, tanto na Alemanha como nos países dominados, o povo livremente poderia escolher a se aliar ao nazismo e sua ideologia. Com isso usufruíam de benefícios dentro da sociedade e por isso se orgulhavam a ostentar o símbolo da suástica. Os que se recusavam, eram oprimidos e não tinham acessos aos confortos da sociedade. Esta condição de obediência ao Estado já está sendo elaborada no mundo. O dinheiro digital, as vacinas para a vida normal e as viagens, e assim por diante, fazem parte da capacidade do governo de controlar os seus cidadãos. Eventualmente, a obediência total será exigida. Aqueles que não cumprirem terão escolhas difíceis a fazer.

O mundo de 2020 enfrentou uma crise biológica com o COVID-19. Economias inteiras foram colocadas em vários níveis de confinamento, e certos direitos e privilégios foram concedidos àqueles que obedientemente tomaram uma vacina. Para aqueles que não o fizeram, os privilégios foram negados e ameaças e acusações foram feitas contra eles por parte de associados, amigos e até mesmo de familiares.

Inúmeras tentativas foram feitas para definir este número 666 com muitos líderes mundiais nos últimos dois mil anos. Mas esta abordagem é realmente inútil para os cristãos, porque Paulo explica em 2 Tessalonicenses 2:3 que este homem, o Anticristo, não será revelado até o tempo determinado por Deus. Porém Apocalipse deixa clara que a marca somente começa a partir da segunda metade dos últimos 7 anos.

Independentemente de a marca da besta ser visível ou tangível ou não, ela representará uma lealdade à besta. Será baseado num voto de lealdade e numa afirmação mental de que este é o único caminho certo e serão beneficiados por essa lealdade. Por outro lado, se tal voto de fidelidade for recusado, isso levará a pessoa a não depender mais de si mesmo para sobreviver, mas terá que confiar na providência divina e compartilhar o pouco que tiverem para existência durante os 3,5 anos.